quarta-feira, março 16, 2011

REGRESSO À ESCRITA





Sou uma mulher de 29 anos que arrisca a rabiscar em folhas de ouro palavras que ficam na eternidade, sim, pois o que escrevemos, fica para sempre, é por isso que gosto muito do ato de escrever. Essa mulher que deseja somente um pouco de carinho, de um amor amigo, de ombro, de colo, de acalanto para acalentar essa minha alma solitária, não todos os dias, mas alguns dias, ou até mesmo dia nenhum.
Quando pequena costumavam indagar a menina diferente que eu era, aliás, que eu sou... a menina, solitária ou de apenas um amigo, o Leandro, do infantil, mais umas poucas amigas, as gêmeas dos anos seguintes, a Cristina, o Poul, A Isabela, a Michele, a Fernanda, e mais alguns poucos, A Bárbara, a Paula, Liomara, Edneide, Lindy, alguns nomes até o segundo grau.
Diferente, sensível, feia, poetisa, que lia aos 4 anos e que aprendeu desde cedo, desvendar os mistérios da arte de escrever sozinha, cartas, poemas, crônicas, sei lá, escrever coisas, de mim, para alguém, dos outros, histórias fictícias ou reais, fictícias que se tornaram reais, apenas reais, histórias fictícias ou reais, mas com alma!
O engraçado disso tudo, é que agora, narro sem descompasso, escrevo o que me vem, o que estou sentindo, escrevo para alguém especial, não uma carta de amor comum, mas escrevo sobre mim, o que sou simplesmente, o que mais gosto de fazer, os poucos amigos, os rótulos, a solidão!
Escrevo de mim, do que sou, do que desejo, do que gosto!
Quando escrevi a primeira carta, foi para minha tia avó Didala, eram uns garranchos, riscos que não identificavam nenhuma letra, mas que expressavam muita coisa, a alma de uma garotinha que amava sem nem ao menos conhecer. Amor só de ouvir falar na tia apaixonante que tinha que era irmã da minha avó.
Sinto falta dela, e dizer que não estou triste, seria mentira, mas seus ensinamentos me possibilitou ser mais forte ainda do que pensava, e acreditei em mim, e fui a garota da novela para ela! A que fazia cinema, o seu orgulho, a que quis crescer, a garotinha da Maria Alice, mas a dela também, Maria Alice era a minha avó. Maria Alice que vi morrer como a minha tia, eu tinha apenas 2 anos, que chamei o nome no caixão! Eu cresci ouvindo todos dizerem, sua avó se orgulharia de você, eu sei que ela se orgulha!
Esses dias foram tristes e reflexivos para mim, embora tenha aprendido muito, a morte é estranha, mas também ensina, e nos faz pensar no valor da vida, no valor do amor e no valor das pessoas que nos cercam. Esses dias eu pensei em como devemos demonstrar o amor pelas pessoas, tudo que sentimos por elas a cada dia! Tudo que queremos e sonhamos, até o que nos incomoda nelas, claro, sem magoa las, ou magoando o menos possível.
Temos que dizer o quanto as pessoas são importantes para nós, o quanto elas nos fazem bem, o quanto nos ensina grandes coisas, e esses dias, eu vi que a minha teoria é verdadeira, a história do valor do amor e da vida, no valor dos seres...
As vezes, as pessoas complicam as relações, elas sempre arranjam motivos para dizer que o outro é quem tem que aprender. Não enxergamos que aprender um com o outro também é importante! Que na vida nada é perfeito, mas que o essencial é querer aprender sempre, a vida nos ensina muitas coisas... e  muitas vezes é generosa conosco!
Desculpa leitores estar falando de tantas coisas misturadas assim, mas hoje, é o expurgo da minha alma, era tudo que queria dizer, sinceramente, falar um pouco de mim, dessa forma descompassada, alma literária, vai acostumando! Às vezes parece loucura, mas é o sentimento unido com o estrago da linguagem em um ato de expurgar com o comover!
Tem muito mais de mim que quero mostrar, tem tantas coisas que quero fazer, quero falar da minha infância, das tristezas, das alegrias, são muitas também, da pessoa simples que sou, da requintada que quero ser por uns dias, rsrsrs, dos passeios de bote com um guarda chuva, de andar na chuva em um dia qualquer!
Gostaria de escrever mais sobre mim, esse é meu regresso a escrita, a algum tempo não escrevo, contudo, gostaria que os leitores se comunicassem, escrevessem algo da vida, dos sentimentos, das dores, das alegrias, da morte, do reviver...escrevam o que sentirem de mais intenso! Desabrochem o jardim secreto de suas almas! 

                                           Luanda Nascimento







3 comentários:

  1. Lú, fiquei super emocionada com suas palavras. Sabe que a melhor forma de dizer o que sentimos, na minha opinião, é escrevendo......faz tão bem.
    Me fez voltar ao passado....nossa, me dá vontade de chorar sabia, chorar de saudade das nossas farras
    um beijo amiga!
    Isabela

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  2. Oi minha amiga, escrever faz parte dessa nossa alma, faz parte dessa nossa vida, do que somos e do que ainda seremos. Me sinto única quando transmito aos amigos emoção, feitos raros hoje em dia. Para mim, a escrita é isso! Muito obrigada, chorei de emoção! Momentos únicos! Te adoro!

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  3. Como sempre surpreendente com as palavras!!!
    Saudades suas e de Dani. Parabéns pelo blog e sucesso!!!

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