quarta-feira, agosto 24, 2011

REFLEXÕES DE UMA JOVEM EDUCADORA


                                                                    Por Daniela Venas
Em alguns momentos da nossa vida paramos para refletir sobre nós mesmos, repensando sobre as nossas práticas e atitudes.
Sabe quando conseguimos nos distanciar um pouco de nós, fazer uma reflexão profunda de onde está, mais ou menos por aí.
Observava um grupo de colegas em uma efervescente conversa e o tema debatido era profissão. Em meio a tantos posicionamentos quanto às intempéries dos dia-a-dia, fiquei a refletir.
Passei então a me perguntar se de fato estava feliz na minha escolha, vários questionamentos surgiram, talvez a dúvida tenha aparecido um pouco tarde, já que esse tipo de reflexão é feito no normal até o terceiro semestre de graduação, hora que ou você segue em frente ou pula para fora do barco.
Pois então, tive meus questionamentos nessa época também, mas profissionalmente temos que nos reavaliar como seres em construção, capazes de sermos honestos com nossas práticas.
E então demorei um pouco a entender tudo que estava a acontecer, fazer uma leitura de si próprio requer muito de si mesmo, lapidar-se não é uma tarefa fácil, tende a causar dores, e pude ver na angústia de outros profissionais que as minhas dúvidas eram mais que pertinentes.
 Conversei  com uma grande fonte de inspiração para me tornar uma profissional de educação, a minha mãe, educadora e fonte norteadora dos meus sonhos, e então no diálogo pude perceber que em sua época existiam dificuldades como hoje, não se ganhava fortunas naquele tempo, mas, não me recordava de ver a minha mãe angustiada por ser uma educadora, pelo contrário eu adorava imitar sua conduta.
E era verdade ela não se sentia assim, podia-se não receber um saldo bancário tão significativo naquela época, mas recebia-se o respeito e o reconhecimento da sociedade pelo papel desenvolvido.
 E pude então perceber que o grande diferencial é esse, a maior angústia do educador moderno é a falta de valorização do seu trabalho e não apenas o monetário, sentimos falta dos valores que se perderam na sociedade moderna, dentre eles o respeito.
A família abdicou da parceria escola e família e a lacuna se instaurou na formação social das crianças e dos jovens, e conseqüentemente a escola não dá conta de suprir a necessidade de norteamento destes..
O que o profissional de educação quer de fato não é apenas uma vida financeira significativa por que isso não o completa como ser humano, mas um reconhecimento digno do papel desenvolvido quanto a mediador no processo de formação do individuo.
E esse olhar deve partir da matriz do problema o próprio profissional de educação, o autoreconhecimento a valorização de si mesmo, de impor-se quanto profissional abdicar do discurso de injustiçado tirar a máscara de coitadista, e valorizar a escolha feita, lutar de fato por seus ideais.
Partindo deste ponto, com certeza o profissional de educação vai ganhar uma nova rota a trilhar por suas conquistas.

Um comentário:

  1. Excelente reflexão, Danni! Precisamos mesmo mudar a realidade da Educação em nosso país, e não basta esperarmos mudanças de cima p/ baixo, ou seja, esperar que as autoridades políticas se sensibilizem com a luta diárias dos educadores e façam as mudanças necessária à melhoria educacional e, consequentemente, à profissão do magistério. É essencial que essa mudança ocorra de forma horizontal, com todos participando ativamente desse processo. E isso sem dúvida exige transformação na postura do educador. Sucesso! Bjs

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